Considerado um dos dez melhores livros espíritas publicados no Século
XX, Paulo e Estêvão – do espírito Emmanuel, pela psicografia de Francisco
Cândido Xavier – receberá nova adaptação para o teatro, a estrear em
março.
Fundamentalismo religioso, escravidão e pobreza, preconceito e exclusão
social eram as marcas da sociedade, no tempo em que os primeiros cristãos
literalmente davam a vida pelo ideal do amor e da fraternidade. Foi nessa
sociedade, marcada pela desigualdade, a injustiça e o preconceito, que
viveram Saulo/Paulo de Tarso – o Apóstolo dos Gentios, Jeziel/Estêvão – o
Protomártir do Cristianismo e Abigail – noiva de Saulo e irmã de Jeziel.
É doloroso constatar que, transcorridos vinte séculos, a sociedade humana
ainda tenha que conviver com a fome, a exclusão social e o preconceito
religioso. A pungente atualidade dessas questões motivou Lucienne Cunha
e Valdir Ramos, que dirigem a produtora Rama Kriya, a escolher o
romance Paulo e Estêvão para sua nova produção teatral, com estreia
prevista para março do próximo ano. Trata-se de uma obra que já foi
adaptada algumas vezes para o teatro, por isso mesmo merecedora de um
olhar diferenciado nesta nova encenação. O escolhido para essa releitura foi
Alberto Centurião, autor de outras peças do repertório da produtora, como
Diálogos de Luz e Um Amor de Renúncia, esta última uma adaptação do
romance Renúncia, também da autoria de Emmanuel/Chico Xavier.
Esse novo olhar sobre o Apóstolo dos Gentios e o Protomártir do
Cristianismo, Centurião foi buscá-lo nos olhos de Abigail, irmã de Estêvão
e noiva de Saulo. Acolhida por uma família amiga depois que o pai foi
executado e o irmão Jeziel condenado à escravidão nas galés, a jovem
Abigail deixa Corinto e passa a residir nas proximidades de Jerusalém,
aonde também chegam Saulo e Jeziel, que, fugitivo das galés, trocara seu
nome para Estêvão. O confronto de ideias entre Saulo e Estêvão resulta no
apedrejamento de Estêvão, dando início à primeira perseguição movida
contra os cristãos.
Quais terias sido as emoções de Abigail ao saber que o noivo amado havia
causado a morte de seu irmão? Qual a reação de Saulo ao perceber que
Estêvão era Jeziel, o irmão perdido de sua noiva? E Estêvão, ao despertar
no plano espiritual, seria capaz de perdoar Saulo, o fanático religioso?
Esse trágico acontecimento foi o ponto de partida para a trajetória luminosa
daquele que viria a ser conhecido como O Apóstolos dos Gentios.
Despertado para a luz às portas de Damasco, Paulo escreveria um dos mais
relevantes capítulos da história do cristianismo. Emmanuel relata que,
retornados ao plano espiritual, Estêvão e Abigail acompanharam a
trajetória de Paulo, amparando-o em todos os momentos, tendo Estêvão
inspirado Paulo na escrita das epístolas.
Ao escolher Abigail para conduzir a narrativa Centurião busca o olhar
feminino, tantas vezes ignorado numa sociedade patriarcal e misógina, mas
também o olhar sensível da mulher apaixonada que vê seu amado sofrer,
sabendo que o enfrentamento é necessário numa sociedade polarizada,
lembrando as palavras de Jesus: Eu não vim trazer a paz, mas a espada.
Por causa de mim ficarão o pai contra seu filho e o filho contra seu pai…
Qualquer semelhança com o mundo em que vivemos neste início de Século
XXI é trágica coincidência.
Serviço:
Abigail, Paulo e Estêvão
Obra teatral de Alberto Centurião, livremente inspirada no romance Paulo
e Estêvão, de Emmanuel/Chico Xavier.
Produção: Teatro Rama Kriya
Lançamento previsto: Março/2023.
Ficha Técnica:
Direção – Lucienne Cunha
Elenco –
A Notícia Precisa
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