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Representando a tristeza do luto em suas diversas camadas, peça narra a jornada de um filho que, ao investigar as memórias da mãe, encontra a si mesmo

O texto, inspirado no livro Triste não é ao certo a palavra, de Gabriel Abreu, marca a estreia de Nicolas Ahnert como dramaturgo e diretor em solo protagonizado por Thalles Cabral. A peça estreia em temporada de dois meses no Teatro Do Núcleo Experimental

Link para fotos: bit.ly/fotosespetaculotriste (crédito Diego Rodrigues)

A partir do livro Triste não é ao certo a palavra, escrito por Gabriel Abreu e publicado em 2023 pela Companhia das Letras, Nicolas Ahnert estreia como dramaturgo e diretor na peça Triste! Triste… Triste?, que narra as angústias de um jovem vivendo um luto anunciado, ao descobrir que sua mãe tem apenas um mês de vida. A estreia tem data marcada para 11 de outubro no Teatro Do Núcleo Experimental. A temporada segue pelo mês de outubro, com sessões aos sábados às 20h e domingos às 19h, e novembro nos mesmos horários aos finais de semana e também às 20h das segundas-feiras.

O espetáculo amplia o universo do livro para explorar os anseios de uma geração anestesiada em busca de sua própria identidade. Muitas perguntas assombram o personagem, no solo vivido pelo ator Thalles Cabral, em uma busca urgente de conhecer a profunda essência da mãe, resgatando e reescrevendo suas memórias, enquanto se depara com a sua própria vulnerabilidade.

A peça parte, portanto, de um dos maiores dilemas humanos para expor essa crise identitária: a perda da figura materna. O corpo inerte da mãe lança o protagonista nessa autoinvestigação desesperada, explorando as consequências da orfandade prematura na formação do seu caráter. Apesar de tocar em camadas profundas, a peça também traz leveza, requintes de humor e cinismo na construção da personalidade e das vivências do personagem, cuja concepção foi a grande inspiração do autor.

O encontro de Nicolas Ahnert com o texto se deu de maneira totalmente casual. Ao se deparar com o livro durante um despretensioso passeio à livraria, prontamente se interessou pelo título, sinopse, orelha, até devorá-lo por completo. “Assim que terminei a leitura me veio a ideia de transformar o texto em uma peça. Entre muitas coisas que me chamaram a atenção, tem um hibridismo na linguagem, por usar de recursos como cartas, bilhetes, lembretes, fotos. Ele consegue costurar uma história linear com outros elementos, para além da própria narrativa, e isso soou para mim muito teatral”, pontua.

Inspirado pela história de Triste não é ao certo a palavra, o autor e diretor buscou não simplesmente representá-la no palco, mas sim criar uma outra narrativa, focada principalmente em desvendar esse filho, para além do que já existe na literatura original, revelando a profundidade da dor que o atravessa, mesmo quando escondida em seu comportamento cínico e aparentemente arrogante, em alguns momentos. “Meu maior interesse foi desenvolver esse personagem, e a liberdade dramatúrgica que o Gabriel me deu foi fundamental para isso. Para mim era importante que o público pudesse enxergar e entender a dor desse filho, para além do luto. Identificar nele um personagem humano, complexo, e não um herói ou uma vítima. Desejo que as pessoas possam se reconhecer em alguma medida e sair tocadas do teatro”, ressalta.

Sinopse

Um filho recebe a notícia de que sua mãe tem apenas um mês de vida. Uma descoberta inesperada o obriga a revirar o passado para conhecer quem essa mulher foi, antes que o tempo acabe. Obcecado em preencher essas lacunas, os limites entre as suas memórias e as da mãe começam a se confundir. Quando uma mãe deixa de existir, o que sobra de um filho? Triste! Triste…Triste? é inspirado no livro Triste não é ao certo a palavra, de Gabriel Abreu, da Companhia das Letras. A peça amplia o universo do livro para explorar os anseios de uma geração anestesiada em busca de sua própria identidade.

Siga a peça no Instagram @triste.espetáculo

Thalles Cabral – Elenco

Com 20 anos de carreira, começou a estudar teatro ainda na infância. Cursou cinema na FAAP e na Escola de Artes Dramáticas, da USP. Atuou em mais de 30 peças teatrais, com destaque para Amadeo (2023), direção de Nelson Baskerville; Dogville (2018) e Senhor das Moscas (2017), ambas dirigidas por Zé Henrique de Paula. No cinema, é protagonista de Ecos do Silêncio (2024), de André Luiz Oliveira, – no qual recebeu o prêmio de Melhor Ator no Festival de Brasília do Cinema Brasileira – e de YONLY (2018), de Henrique Montanari, com o qual conquistou os prêmios de Melhor Ator pelo New Renaissance Film Festival de Amsterdam e pelo Agenda Brasil, Festival Internacional de Cinema Brasileiro, na Itália. Na TV, ficou nacionalmente conhecido por sua atuação na novela Amor à Vida (2013), da TV Globo. Atualmente, faz parte do elenco da série As Five (Globoplay), e da série original HBO Max, Vale dos Esquecidos.

Nicolas Ahnert – Texto e Direção

É formado em Comunicação Social pela ESPM, e pós graduando em Arte Contemporânea e Audiovisual pela FAAP. Estudou atuação na New York Film Academy. Como ator, estreou na televisão na novela Quanto Mais Vida Melhor, da Globo, como a versão jovem de Guilherme, interpretado por Mateus Solano. No streaming, interpretou Ricardo no filmeLuilli, da Netflix, e o líder naxista Hans Becker na série do Globoplay Passaporte para a Liberdade, dirigida por Jayme Monjardim. Integra o elenco da série do Disney+ Dois Tempos como Pedro, dirigida por Vera Egito, e interpreta Vitor no filme Cinco Júlias, de Matheus Souza. No teatro, estreou no espetáculo Isso Que É Amor, com direção de Ulysses Cruz, o qual lhe rendeu a indicação a Melhor Ator Revelação pelo Prêmio Bibi Ferreira. Também integrou o elenco do musical IRON, a convite do mesmo diretor. Foi Diretor Assistente do espetáculo Gala Dalí, dirigido por Ulysses Cruz. E é autor e diretor do espetáculo Triste! Triste… Triste?, solo com Thalles Cabral, com estreia no segundo semestre de 2025.

Ficha técnica:

Texto e Direção: Nicolas Ahnert. Elenco: Thalles Cabral. Cenário e Figurino: Pazetto. Iluminação: Nicolas Caratori. Trilha Sonora: Alê Martins. Direção de produção: Nicolas Ahnert. Produção: Laura Sciulli e Victor Edwards. Realização: ZERO TEATRO.

Serviço:

Estreia dia 11 de outubro de 2025.

Temporada: Outubro (sábados às 20h e domingos às 19h). Novembro (sábados às 20h, domingos às 19h e segundas às 20h).

Classificação: 14 anos

Duração: 70 minutos

Ingressos: R$80

Link para venda: linktr.ee/tristeespetaculo

Teatro Do Núcleo Experimental

R. Barra Funda, 637 – Barra Funda, São Paulo – SP

Capacidade: 100 lugares.