Promotora de Justiça participa do primeiro e do último episódio de Pecados Revelados, que trata sobre abusos cometidos em ambientes religiosos; conteúdo também ficará disponível na GloboPlay
“Muitos os procuraram em busca de cura e de acolhimento espiritual, mas o que encontraram foi a violação de suas vidas e de seus corpos, supostamente em nome da fé”. Este é o gancho de Pecados Revelados, que estreia nesta 2ª feira (6/11), no canal GNT, e que conta com a participação da presidente do Instituto Brasileiro de Atenção e Proteção Integral às Vítimas (Pró-Vítima), a promotora de Justiça Celeste Leite dos Santos. Com cinco episódios, a série trata sobre abusos cometidos em ambientes religiosos e dá voz a vítimas e a 15 especialistas.
Celeste foi entrevistada no ano passado para o primeiro e o último episódios. Em ambos capítulos, a promotora de Justiça e uma das defensoras do Estatuto da Vítima, prestes a ser votado no Congresso Nacional, fala sobre as conexões que os abusadores, como pastores, pais de santo, gurus, mestres espirituais e padres, mantém com suas vítimas:
“Quem tem a intenção de praticar o abuso lança mão dessa conexão com a vítima – o elo oferecido pela própria fé. Outra porta de entrada é a vulnerabilidade do fiel. Seja homem ou mulher, ele pode estar, naquele momento, frágil, ou sem o entendimento quanto ao que lhe esteja acontecendo, não percebendo o abuso, a importunação. Infelizmente, no Brasil, quando a vítima percebe e denuncia, ela ainda é julgada, questionada, ridicularizada. É o que chamamos de revitimização”, classifica.
Cada episódio tem duração de 30 minutos e vai ao ar toda 2ª feira, a partir de hoje, pelo GNT, após Papo de Segunda, por volta das 23h50. A partir da exibição no canal, o conteúdo fica disponível na GloboPlay.
Casos emblemáticos
No decorrer de Pecados Revelados, serão compartilhados com o telespectador casos emblemáticos, como o do guru espiritual Pedro Ícaro de Medeiros, o Ikky, condenado a 34 anos de prisão por crimes sexuais, e o do padre Pedro Leandro, que abusava de coroinhas – todos menores de idade.
Já o último episódio, de acordo com Celeste, traz importante reflexão sobre o recomeço das vítimas com a religião e a fé, bem como sobre o convívio com a falta de confiança:
“A série conta, também, com a participação de atrizes que interpretam vítimas de abuso em igrejas, terreiros e templos, e que preferiram o anonimato durante a produção. Isso nos dá uma dimensão de como essa dor é longa; é uma ferida que pode nunca cicatrizar. Muitos fiéis, inclusive, no caso dos adultos, acabam, até mesmo, se culpando pelo o que lhes aconteceram. É preciso falar sobre”.
Com direção de Susanna Lira e apoio da Agência Nacional de Cinema (Ancine), Pecados Revelados traz a contribuição de outros 14 especialistas, entre juristas, delegados de Polícia, psicólogos, jornalistas e advogados, que, a exemplo de Celeste, têm ampla experiência no manejo de crimes de importunação sexual e de estupro.
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