O portal G1 publicou uma reportagem sobre o PCC subornar funcionários de prefeituras da Região Metropolitana de São Paulo, Baixada Santista e Interior para mudar editais com a finalidade de vencer licitações do poder público. A descoberta foi feita pelo Ministério Público, que apontou que esse esquema funcionava em 18 cidades, entre elas Ferraz de Vasconcelos e Mogi das Cruzes.
O PCC pagava propina a funcionários das prefeituras e até chegava a redigir os editais para que ficasse garantido que venceria a licitação. Uma das provas encontradas pelos promotores no celular de um dos investigados foi um edital para contratar empresa especializada em mão de obra para prestar serviço em creches e escolas de Ferraz de Vasconcelos.
Em outra mensagem de texto sobre uma licitação da Prefeitura de Mogi das Cruzes, um integrante do PCC escreveu: “Se não tivermos a oportunidade de redigirmos o edital, nunca venceremos”.
Como alguns editais contrariavam os interesses dos criminosos, eles exigiam a retirada de itens e uma nova redação do texto de modo a ficar favorável para eles. Nas 18 cidades já foram encontrados contratos de mais de 200 milhões nos últimos anos.
O chefe desse esquema é o empresário Vagner Borges Dias, conhecido por Latrell Brito, que está foragido. Ele possui clínica odontológica e loja de roupas em Suzano e imóveis em Mogi das Cruzes. Também gerenciava empresas em nome de ‘laranjas’, que simulavam concorrer com outras empresas nas licitações. Várias dessas empresas estão em nome do integrante do PCC Márcio Zeca da Silva, que já foi condenado por usar uma cooperativa de vans de Suzano para lavagem de dinheiro.
A operação do Ministério Público que desmontou esse esquema recebeu o nome de Munditia e está investigando todos os funcionários públicos que receberam propina. Dois vereadores da região já foram presos: Flávio Batista de Souza, o Inha, de Ferraz de Vasconcelos e Luiz Carlos Alves Dias, de Santa Isabel, acusados de participação na fraude dos editais.
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