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Paciente reclama de transporte oncológico em Poá

Em janeiro deste ano, o prefeito Saulo Souza fez a entrega oficial de dois veículos que serviam ao Gabinete Municipal para o setor de Oncologia da Secretaria da Saúde. O objetivo era usar os dois Jettas de luxo, 2.0, com bancos de couro, ar condicionado, automáticos, para transportar os pacientes que fazem tratamento oncológico em locais distantes. Na ocasião, o prefeito disse que essas pessoas, geralmente idosos, enfrentavam toda semana dificuldades no deslocamento, em viagens de trem e ônibus muito desconfortáveis, o que seria eliminado a partir dessa entrega de veículos.
Mas será que na prática esse discurso existe, funciona? Pelo relato enviado ao jornal Novo São Paulo por uma paciente, tudo indica que não. A jornalista Rita Santos, atualmente aposentada depois de trabalhar 30 anos na Prefeitura de Poá, disse que há um ano e meio faz tratamento de câncer no intestino no ICESP, Instituto do Câncer. No início, não teve nenhum respaldo da prefeitura, arcou com recurso próprio a quimioterapia, depois solicitou vaga no transporte. Mas a única coisa que o município ofereceu foi uma van, que passa a partir das 3 horas da manhã pegando os pacientes, cerca de 12. Ela deixa as pessoas por volta das cinco horas, independente do horário marcado, e a partir das 11 horas, passa recolhendo todos. Como a quimioterapia dura em torno de cinco horas, Rita não consegue pegar a van e acaba voltando de transporte público. Ainda informou que outros carros pequenos também fazem o transporte, mas ela desconhece como é feita a triagem.
Seu irmão também foi diagnosticado com câncer, está muito debilitado, iniciando o tratamento agora, e está passando poucas e boas para conseguir transporte junto à Prefeitura de Poá, e isto porque ele ajudou na campanha do prefeito, acrescenta. Ela termina seu relato dizendo que nunca pensou que, depois de mais de 30 anos de serviços prestados ao município, estaria passando por essa situação.
Diante disso, só resta a pergunta: cadê os carros destinados ao transporte de doentes oncológicos?