Prepara-se em Brasilia forte esquema de segurança que fecha o trânsito e bloqueia edifícios para os eventos relativos a 8 de janeiro, que terão a prersença de 500 convidados. Pensamos que a montagem dessa estrutura vem com, pelo menos um ano de atraso. Tivesse sido mobilizada em janeiro passado, não teria ocorrido a invasão dos palácios-sede do Executivo, Legislativo e Judiciário. E nem se estaria hoje promovendo uma comemoração de utilidade duvidosa, visto que não há o que comemorar. Mesmo que os afoitos e incautos tenham pedido o golpe de Estado, o País em momento algum sofreu o risco de seu desfecho. Bastaria os encarregados da guarda da Praça dos Três Poderes terem cumprido suas tarefas de proteger os imóveis e nada teria ocorrido. Convenhamos, que não fizeram o básico da obrigação de quem guarda o que quer que seja. O certo &eacut e; que, dentro do indigesto quadro da polarização política, os dois lados sonharam colocar os prejuízos da ação nas costas do adversário e tudo acabou pesando sobre o povo que gritava nas portas dos quartéis sem saber bem o que pediam e muito menos da sua inviabilidade.
Embora possam haver justificativa para isso, consideramos impróprio o julgamento do quase crime de 8 de janeiro pelo Supremo Tribunal Federal. Cada inocente útil daqueles que foram arrestados nos acampamentos, se alvo de denúncia, a nosso ver salvo melhor juízo, deveria ser julgado em primeira instância e só os detentores de mandato e de outras formas de foro especial terem seus processos remetidos à suprema corte. O ministro Alexandre de Moraes restou sobrecarregado pela questão e, além de trabalhar, corre o risco de pagar a impopularidade da ação. No entanto, em sua sua entrevista ao ”Estadão”, garante que no frigir dos ovos “todos os responsáveis serão processados e punidos na medida de sua culpabilideade”. Ainda assim, achamos que o STF não é o foro.
É de se esperar que o mesmo rigor imposto ao governador Ibanhez Rocha (que passou 90 dias afastado) e às forças de segurança do Distrito Federal seja aplicado aos entes federais que se omitiram em suas tarefas e com isso ensejaram os incidentes. Seria extemporâneo falar hoje sobre o afastamento do presidente Lula mas, na época, o indicado seria ele purgar o mesmo castigo aplicado ao governador. Afinal, já governava o País há 8 dias e sua equipe, salvo melhor juízo e definição, deixou de cumprir a missão de ofício.
Não temos credenciais profissionais e nem interesse em discutir a questão com o ministro Alexandre de Moraes (ou com qualquer outro das cortes superiores), mas esse é o nosso pensamento. Conforta-nos, na verdade, a disposição manifesta de apurar e processar todos os envolvidos na medida de sua culpabilidade. Tudo isso deve ser apurado devidamente para que cada um tenha a justa reprimenda.
Quanto à comemoração que se monta para a próxima terça-feira em Brasilia, entendemo-la imprópria. Não há o que comemorar porque, embora houvesse o clamor daqueles infelizes que acabaram por amargar meses ou até um ano de cadeia e ainda poderão restar com anos de condenação, não houve golpe e nem tentativa de golpe. Será a comemoração de algo quer não aconteceu e, nessas condições, não merece ser lembrado e muito menos cultuada, já que não ilustra nenhum dos que dela possam ter participado ou lutado contra sua concretização.
Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)
aspomilpm@terra.com.br
Você também pode gostar
Prêmio em comemoração aos 414 anos do Distrito de Itaim Paulista, São Paulo.
Guilherme Cenedezi apresenta nova coleção “Uni.Verso” com evento exclusivo em São Paulo
Claudio Ney & Juliana viralizam com “Marra de Bandido” e colocam o forró “de verdade” no topo