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Maduro chamará 4,5 milhões de milicianos para enfrentar os EUA

A segurança da América Latina é, cada dia, mais preocupante. Além dos problemas internos, os países vivenciam a expansão do narcotráfico – que sustenta e dá forças aos grupos criminosos da região e, para auferir sua renda, inundam os Estados Unidos e a Europa com cocaína e outros narcos que periclitam a vida e provocam a morte de grande número de usuários.
Com a cabeça à prêmio por US$ 50 milhões oferecidos pelo governo dos EUA a quem dê informações que o levem à prisão, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro segue guardado em bunker e, em comunicado ao seu estilo alarmista herdado do líder e antecessor Hugo Chávez, anuncia a convocação de 4,5 milhões de milicianos para defender o governo e a soberania do seu país. Considerando-se a população de 28 milhões de habitantes, descontados os idosos, crianças e outros inabilitados à luta, parece que serão convocados todos os cidadãos da força para o trabalho, o que parece absurdo.
Na outra ponta, o presidente norte-americano, Donald Trump, acaba de determinar o deslocamento de três navios de guerra ao Mar do Caribe para combater o tráfico de drogas e vigiar Maduro que, desde 2020, é formalmente acusado na Justiça de Nova York ser chefe de um grande cartel de drogas com atuação em vários países. Desde sua posse no segundo mandato, em 20 de janeiro, Trump faz ação contra o tráfico e já chegou a provocar desconforto de governos. O México admitiu combater o tráfico, mas advertiu que as tropas estadunidenses não devem atuar em seu território. O Brasil negou-se ceder a pressões dos EUA e considerar terroristas o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o CV (Comando Vermelho) pois, segundo o presidente Lula, isso não seria admitido na legislação brasileira.
Independente dos pormenores da questão, temos como certa a prioridade do governo Trump de atuar firme – e até militarmente – contra o tráfico de drogas. Espera-se que os demais países da região façam sua parte, de acordo com o que determinam seus governantes e legislação, não dando motivos para a intervenção militar americana. Todos têm o direito à soberania, mas em se tratando de combate ao crime ocorrem exceções que, não administradas convenientemente, podem levar ao sofrimento do povo.
A nós, brasileiros, que temos extensa fronteira com a Venezuela, preocupa a possibilidade de – independente das razões, o vizinho país seja ocupado por tropas estrangeiras e venha a acontecer um banho de sangue, principalmente com os ditos 4,5 milhões de milicianos insuflados pelo governo.
Diferente do Brasil, onde milicianos são criminosos que dominam partes do território, na Venezuela, os milicianos são reservistas de um grupo regular pertencente às forças armadas. São cidadãos que, depois do serviço militar, são autorizados a possuir armas e podem ser convocados para defender o país como, supostamente, deverá acontecer agora.
O grande problema no vizinho país é o desequilíbrio econômico, político e social. Desde que o chavismo quebrou a economia, 7,7 milhões de cidadãos fugiram para o exterior (500 mil deles só no Brasil). Maduro, além das denúncias dos Estados Unidos, ainda tem contra si a fraude eleitoral porque se anunciou vencedor das últimas eleições presidenciais mas não divulgou os boletins de votação. A oposição garante que ele perdeu a eleição e pressiona para assumir. Que os países do entorno – inclusive o Brasil – não assumam parceria na crise de Maduro ´pois ela não nos pertence, mas poderá nos causar problemas…

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).