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Lula, Trump e Maduro, preocupações à AL e ao Mundo

O presidente Lula voltou a dividir a bola com Donald Trump. No discurso proferido nesta quinta-feira (23), em Jacarta, capital da Indonésia, criticou o protecionismo, o que classificou como uma nova Guerra Fria, e propôs comércio em moeda nacional, uma alternativa ao dólar americano. Afirmou ainda que os países não podem ser “dependentes de ninguém”. Recorde-se que esses temas, anteriormente referidos, foram parte dos motivos para o tarifaço de 50% decretado pelo presidente norte-americano às importações de produtos brasileiros. E que a volta ao assunto tende a prejudicar o encontro Lula-Trump, naquele país. O governante brasileiro já adiantou não esperar soluções imediatas naquela reunião marcada para a capital indonésia. Bom seria se houvesse condições para um acordo de redução de alíquotas que dezenas de países já celebraram com os EUA, que desoneraria nossos produtores e tornariam nossos produtos mais competitivos na pauta internacional. Que os dois governantes pensem mais nos dois povos do que em suas próprias posições e interesses políticos e ideológicos.

  Donald Trump vem agitando todo o planeta. Além do tarifaço, já negociou o fim de oito conflitos bélicos. Hoje se esforça com o russo Vladimir Putin, para conseguir o cessar-fogo na guerra Rússia-Ucrânia e tem a Venezuela sob alça de mira. Os EUA oferecem prêmio de 50 milhões de dólares a quem der informações que levem à prisão ou até eliminação de Nicolás Maduro, presidente contestado da Venezuela. O prêmio é o dobro do  pago pelas informações que levaram à eliminação de Osama Bin-Laden, o líder da Al Qaeda, acusado de ordenar e executar os ataques de 11 de setembro de 2001, quando foi destruído o prédio do World Trade Center e atacadas outras instituições americanas, inclusive o Pentágono.

  Os militares posicionados no mar do Caribe e no Oceano Pacífico – norte da América do Sul - já destruíram vários barcos venezuelanos acusados de transportar drogas aos EUA, matando considerável número de tripulantes. Maduro chegou a usar a via diplomática para propor algum acordo a Trump, mas agora já disse (ameaçador) que possui 5 mil mísseis soviéticos para sustentar a guerra. Trump disse que, além de ter autorizado o Pentágono e a CIA a entrar na Venezuela, tem suas tropas orientadas a combater o narcotráfico em operações terrestres. Além da Venezuela, já citou a Colômbia como países cartelizados, além de propor a decretação das facções brasileiras Primeiro Comando da Capital e Comando Vermelho, como organizações terroristas, alternativa negada por Lula sob o argumento de que essa medida não encontra suporte na legislação brasileira.

  O quadro político, institucional e militar vivido pela América Latina – especialmente Venezuela, Colômbia e outros países governados pela esquerda, é preocupante. Espera-se que as soluções para essa problemática venham de negociações e não de confrontos, pois essa alternativa poderá custar muitas vidas, inclusive de civis que nada tem com os conflitos e podem  até, mesmo sem guerras, ser vítimas de seus efeitos.

  São muitas as questões – críticas e até denúncias de irregularidades e crimes envolvendo a luta pelo poder. De tempos até o presente, parece que o bom senso ausentou-se por completo e isso vem produzindo a derrocada da imagem da classe política e de condestáveis da República, dos Estados e Municípios. Uns acusam os outros e a maioria deles acaba com a imagem conspurcada por ações denunciadas pelos oponentes que podem, inclusive, constituírem meras acusações para atrapalhar suas carreiras.

  Temos no Brasil, além da classe política, um vasto quadro de servidores de carreira com fé pública e competência para apurar os malfeitos que hoje circulam na mídia e nas redes sociais catalogados como crimes ou desvios cometidos.  O País precisa livrar-se dessas chagas que nada constroem, mas servem para destruir a imagem daqueles que escolheram atuar na representação pública, inclusive eleitoralmente.

  Em vez de cruzar denúncias, os agentes da comunidade deveriam lutar para que o Estado seja rigoroso na apuração das irregularidades. Não para simplesmente punir o adversário de quem  promove a acusação, mas para apurar a fundo os supostos crimes, mantendo ativo o instrumento de reversão, onde da mesma forma que se apura o fato denunciado, busca-se a veracidade do denunciante e se ele não tiver provas do que diz, possa ser processado a apenado por denunciação caluniosa. Não podemos continuar vivendo sob o denuncismo desenfreado e nem sob o regime de jogar o lixo para baixo do tapete, como se não existisse, coisa que se vê nos acordos entre grupos. Toda vez que uma irregularidade é levada ao conhecimento da sociedade, ela deve ser apurada à exaustão e alguém precisa pagar seu preço; o acusado se tudo ficar comprovado ou o acusador se as provas não surgirem ou não se apresentarem convincentes. 

  A apuração do certo e do errado deve ser uma tarefa do Ministério Público e do Poder Judiciário. Afinal, existem no território nacional aproximadamente 2700 sedes de comanda, onde trabalham 18 mil magistrados, há 4 mil vagas não preenchidas e o Ministério Público possui 13 mil titulares, mais defensorias, corregedorias, órgãos e funções assemelhadas.  Nada mal que a competência desses profissionais pudesse ser utilizadas para recolocar a Nação nos trilhos. Que os titulares da inteligência nacional e os detentores da tarefa de legislar – especialmente o Congresso Nacional – pensem nisso...

Tenente e Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).