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Adoecimento mental na enfermagem explode e chega à Justiça do Trabalho

Altas jornadas, assédio e sobrecarga emocional disparam afastamentos e ações judiciais em todo o país; Advogado Mateus Gonçalves afirma que profissionais estão exaustos e desamparados

O mês de julho acendeu um alerta sobre a saúde mental dos profissionais da enfermagem no Brasil. Com jornadas exaustivas, sobrecarga emocional e casos recorrentes de assédio moral, enfermeiros e técnicos têm enfrentado uma escalada de adoecimento psicológico no ambiente de trabalho. O impacto já é mensurável: o número de afastamentos por transtornos mentais e emocionais cresceu de forma expressiva no primeiro semestre de 2025, segundo dados do INSS e dos próprios sindicatos da categoria.

Em paralelo, o que se vê é um aumento silencioso, porém consistente, de ações trabalhistas movidas por profissionais da enfermagem contra hospitais, clínicas e unidades públicas. “São processos por danos morais, assédio institucionalizado e negligência com as condições mínimas de trabalho. Em muitos casos, os empregadores sequer oferecem acompanhamento psicológico ou períodos adequados de descanso”, afirma o advogado trabalhista Mateus Gonçalves, que atua exclusivamente na defesa da enfermagem.

Gonçalves explica que, diferentemente do passado, os profissionais estão mais conscientes de seus direitos e buscam reparação judicial com respaldo legal. “Existe um desgaste emocional profundo e estrutural, que se agravou com a pandemia e não foi resolvido desde então. Muitos já entram com quadros de estafa severa, diagnosticados por laudos médicos. A Justiça do Trabalho tem sido o único canal possível de escuta para muitos desses trabalhadores.”

A discussão ganha ainda mais relevância diante da falta de políticas institucionais voltadas à saúde mental nas unidades de saúde. Em meio ao esgotamento coletivo de quem cuida de vidas, o risco é de um colapso silencioso dentro dos hospitais — com impactos diretos na qualidade da assistência e na permanência dos profissionais nos postos de trabalho.

Fonte: Mateus Gonçalves – Advogado Trabalhista – Especialista na defesa dos direitos da enfermagem | Instagram: @advogandoparaenfermagem