A importância de Padre Eustáquio na história de Poá

Entre as pessoas ilustres que viveram em Poá, está Padre Eustáquio van Lieshout, que protagonizou momentos marcantes da história poaense, tanto que todos os anos recebe uma homenagem da cidade por ocasião de seu aniversário de morte, em 30 de agosto.
Padre Eustáquio era holandês e chegou ao Brasil em 1925, assumindo uma igreja em Minas Gerais. De lá, foi enviado a Poá em 1936 para ser o pároco da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes. No início tudo foi normal, até que ele viajou a Lourdes, na França, de onde trouxe um garrafão com água benta. Misturou essa água com a água da gruta em frente à igreja de Poá e começou a abençoar as pessoas com ela.
Um dia, ele avisou que a água benta tinha acabado e que ele mesmo abençoaria a água da gruta. Foi aí que tudo mudou. As pessoas começaram a relatar que estavam sendo curadas com a água abençoada por Padre Eustáquio e Poá passou a ser invadida por multidões atrás dessa água. Jornais de São Paulo começaram a fazer reportagens e logo o Brasil inteiro ficou sabendo da fama do “Santo de Poá”. Gente do país inteiro se dirigiu a Poá, trens chegavam lotados, multidões lotavam a Rua 26 de Março e proximidades da Matriz. A situação ficou incontrolável porque a pequena cidade não tinha estrutura para receber tanta gente e as autoridades resolveram tirar Padre Eustáquio de Poá, o que aconteceu em sigilo em 1941 para não causar revolta no povo.
De Poá, após passar por vários locais, Padre Eustáquio assumiu em Belo Horizonte, onde ficou até sua morte em 1943, devido a tifo, transmitido pela picada de um carrapato.
Em 1956 foram iniciados os trabalhos para sua beatificação e o longo processo se encerrou em 15 de junho de 2016, quando foi beatificado após a confirmação de um milagre em um padre. A história de Padre Eustáquio é lembrada até hoje em Poá, onde ocorreu esta história, uma das mais impressionantes da religião brasileira.