Estudo da Federação das Indústrias do Estado de MG (Fiemg) aponta que a tarifa de 50% imposta por Donald Trump a produtos exportados para os EUA vai comprometer a manutenção de empregos e o faturamento de empresas brasileiras e pode acabar com até 618 mil postos de trabalho entre cinco e dez anos. De acordo com o levantamento, no curto prazo (um a dois anos), 146 mil vagas podem ser fechadas. Os setores mais afetados imediatamente seriam siderurgia e aço sem costura (com queda de 8,11% no faturamento e de 8,08% no nível de emprego), produtos de madeira (-7,12% e -6,69%) e fabricação de calçados e de artefatos de couro (-3,07% e -2,44%).
Se o quadro é assim, desfavorável, o mais indicado seria que os dois governos conversassem e negociassem à exaustão até o encontro de um ponto de equilíbrio dos interesses. Mas não é o que está acontecendo. Lula, mais interessado em conseguir votos para as eleições do próximo ano, parte para criticar os EUA e as coisas àquele país. E Donald Trump, mete coisas diferentes dentro de uma mesma embalagem. Criou a tarifa de 50% e, adicionalmente, aciona a Lei Magnitsky contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e outros servidores e, ainda, reclama de uma série de coisas, como a perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Para completar, diz agora que o Brasil é o pior parceiro comercial do seu país.
Dois bicudos não se beijam. Lula deveria conter-se e evitar coisas como, por exemplo, a campanha pela criação de uma moeda internacional que desdolarize os negócios entre as nações, além de não se meter em questões como a guerra de Israel com os palestinos, a problemática do Irã e outros interesses internacionais que nada representam ao Brasil. E Trump, seria mais adequado se tratasse as divergências separadamente e não usasse o tarifaço como castigo ao Brasil. Afinal, são nações parceiras há dois séculos e isso, por si, é o indicativo de que a relação não deve ter sido tão ruim quanto hoje seus governantes afirmam.
Dificilmente, Lula e Trump chegarão a um acordo porque o que os incomoda não é o alegado para o estabelecimento da divergência, mas a questão puramente política e ideológica. Lula é um babador de ovos para a esquerda e Trump os baba para a direita. Ambos deveriam considerar que tanto esquerda quanto direita não representam mais nada do que levou à instituição de ambas lá na época da Revolução Francesa. Não passam de protocolos que só servem para separar os povos sem qualquer sentido prático.
O mundo globalizado que temos hoje exige mais velocidade e entendimento entre as nações para que solucionem os problemas comuns. O alinhamento à esquerda ou à direita não faz um governo ser diferente do outro e nem resolve os problemas. Cada problema tem de ser resolvido na sua essência ou, então, não será resolvido.
Esperamos que as medidas adotadas pelos governos da União e dos Estados para socorrer os produtores e exportadores brasileiros durante o impacto do tarifaço sejam eficientes e os dois países ainda cheguem a um ponto em comum onde possam continuar trocando mercadorias sem reclamações.
Preocupam-nos questões como a da Venezuela, onde tudo indica que o presidente Nicolás Maduro esteja a caminho de ser deposto e sancionado. Esperamos que o que vier a acontecer ocorra em benefício ao povo daquele país. Na esteira da solução Maduro, os EUA anunciam forças militares para combater o narcotráfico na América Latina e esperamos que esse combate mire apenas o problema principal e não deixe efeitos colaterais às populações que hoje vivem impactadas pelo crime organizado.
Que os governantes tenham a maturidade e o equilíbrio suficientes para tratar de seus problemas com seriedade e acerto de forma a uns não trazerem instabilidade aos outros. E que os políticos – principalmente os líderes – cheguem, finalmente, à conclusão de que a economia, o trabalho, o bem-estar do povo e outras coisas atuais são mais palpáveis do que os velhos e carcomidos conceitos de esquerda e direita e até mesmo de centro. O mundo já sofreu muito por causa desses velhos conceitos. É bom parar e, no seu lugar, construir a paz que todos dizem querer mas poucos são os que tentam conquistar…
Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).
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