Jornal Novo São Paulo Online

A Notícia Precisa

Fevereiro começa com enchente

Na manhã de 1⁰ de fevereiro, os comerciantes da área central de Poá encontraram suas lojas invadidas por água e lama da enchente que assolou a cidade durante a madrugada. Foi uma chuva forte e constante, que durou horas. A Defesa Civil de São Paulo divulgou um alerta de que a chuva se concentrou em Poá, Ferraz, Suzano e Mogi das Cruzes.
O Centro ficou um caos durante o sábado, com lojistas lavando as lojas, salvando o que restou e contabilizando o prejuízo. Placas de cobertura do córrego Itaim foram levantadas pela força da água e os bloquetes das calçadas foram arrancados. As ruas Francisco Inácio, Floriano Peixoto, Leonor Bolsoni e redondezas, além do início da 9 de Julho foram os pontos mais atingidos, além da Praça dos Expedicionários e adjacências.
No Jardim São José um morro deslizou, deixando uma casa em risco. Outros bairros também ficaram alagados, como Calmon Viana e Nova Poá. Embora o piscinão tenha sido limpo e as bombas colocadas em funcionamento, isso não impediu uma nova enchente.
E, na busca por solução, não se pode deixar de levantar duas possibilidades. Uma é o aterro na várzea do Rio Tietê que está sendo feito na divisa de Poá com Suzano numa área de proteção ambiental. Desde 2022, esse aterro está sendo denunciado através de ações populares por estar em área de manancial e pelo perigo que representa especialmente para Poá. A cidade é cortada pelo Córrego Itaim, que recebe águas de Guaianases e Ferraz de Vasconcelos e, ao escoar para o Rio Tietê, por causa do aterro, as águas retornarão para Poá. Em uma das matérias que o jornal Novo São Paulo fez sobre o assunto, em 2023, foi expressada preocupação com a relação que o aterro possa ter com enchentes: “O aterro está causando muita preocupação a Poá, Suzano e Itaquaquecetuba, que temem que ele já esteja sendo o responsável pelas grandes enchentes que estão ocorrendo neste verão e que a situação ainda possa piorar quando estiver concluído”.
Outro ponto a considerar é que o Córrego Itaim precisa ser trabalhado em toda sua extensão, desde a nascente em Guaianases até sua foz no Rio Tietê. Ou seja, um trabalho conjunto com as prefeituras de São Paulo e Ferraz de Vasconcelos.
Somente ações locais em Poá não vão resolver o problema. Praticamente em todos os anos as enchentes se repetem e se agravam. E a Defesa Civil de São Paulo alerta que vem mais chuva aí.