“A escala de trabalho 6×1, na qual o trabalhador atua seis dias consecutivos e descansa apenas um, pode ser prejudicial à saúde mental e ao bem-estar em geral – e isso, por várias razões. Em primeiro lugar, esse esquema oferece pouco tempo para que o corpo e a mente se recuperem plenamente dos dias trabalhados – o que pode levar a um acúmulo de fadiga física e mental. Com poucos dias de descanso, o trabalhador fica exposto a um ritmo acelerado constante, o que aumenta os níveis de estresse e eleva o risco de esgotamento (Burnout, por exemplo). Além disso, o trabalho contínuo limita o tempo para a convivência com a família e os amigos, o que pode gerar sentimentos de isolamento e de insatisfação com a qualidade de vida. A falta de tempo para descanso suficiente também afeta a qualidade do sono, impactando o humor, a concentração e a produtividade, e contribui para o desenvolvimento de transtornos diversos e de ansiedade. O trabalhador ainda fica com pouco tempo para organizar sua rotina doméstica (ir a um banco, resolver pendências familiares etc), praticar atividade física, cuidar da saúde (agendar médico, exames) ou simplesmente não fazer nada (o que também faz bem à saúde e à produtividade laboral). Em resumo, a escala 6×1 compromete o equilíbrio entre o trabalho e o descanso, elevando a carga de estresse e reduzindo a qualidade de vida e o bem-estar do trabalhador “.
Dra. Luciana Inocêncio
Psicóloga e Psicanalista; Especialista em Transtornos Graves das Psicoses, pelo Colégio de Psicoanalísis de Madrid (Espanha); em Psicologia Hospitalar e em Especialidades Médicas, pela Universidade de São Paulo (USP); em Psicologia Clínica e em Teoria Psicanalítica, pela Pontifícia Universidade Católica (PUC)
Você também pode gostar
Entre metas e limites: o alerta de uma ex-executiva que sofreu burnout na época de alta demanda
Meio Ambiente realiza Oficina “Do Vaso para o Prato”
Restaurante Maricota faz almoço beneficente na festa da padroeira da Freguesia da Escada, em Guararema