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Dentes sensíveis: Qual o melhor tipo de tratamento? Dr. Virgílio Bastos explica

Saiba as causas da sensibilidade nos dentes e como tratar, com a ajuda do especialista Dr. Virgílio Bastos.

Muito provavelmente, você já deve ter sentido algum tipo de desconforto ou agonia na hora de morder algum alimento gelado, ou quente demais, causando uma dor curta e aguda nos dentes, deixando até de comer coisas de que você gosta no dia a dia. Pois saiba que não está sozinho, infelizmente esse problema é mais comum do que imaginamos, conforme o site da Sensodyne, 1 em cada 3 pessoas sentem esse desconforto e atualmente no Brasil, mais de 41 milhões de pessoas sofrem com a sensibilidade nos dentes, entretanto, apenas 13 milhões usam creme específico para tratar e cuidar desse problema. “Esse desconforto pode interferir na qualidade de vida, dificultando a socialização, dificultando também a manutenção de uma boa higiene oral, aumentando o risco de problemas como cárie dentária e doenças periodontais”, explica Virgílio Bastos, especialista em Endodontia.

Tal dor e sensibilidade podem piorar com alimentos como: refrigerantes, doces, sorvetes, frutas cítricas (laranja, abacaxi, limão, etc.), alimentos quentes, café ou chás também. Um fator importante é a forma de higienização com escovas de cerdas duras que pode levar ao desgaste no esmalte dos dentes por abrasão, em alguns casos pode piorar e se transformar em uma hipersensibilidade dentinária devido ao desgaste, que gera uma sensibilidade exagerada causada pela exposição da dentina quando exposta no meio bucal e a estímulos térmicos e químicos. “O desgaste na estrutura do dente pode ser por idade devido ao desgaste natural dos dentes, retração gengival por escovação agressiva e uso de escovas duras e/ou pastas abrasivas, bruxismo (ranger ou apertar dos dentes) e tratamentos odontológicos recentes, como clareamento dental não supervisionado ou mal indicado e restaurações profundas que podem temporariamente sensibilizar os dentes”, adiciona o Doutor.

Nossos dentes possuem 3 camadas, sendo elas:

  1. Esmalte: É a parte externa translúcida do dente que cobre e protege a Dentina, cerca de 97% da sua estrutura é composta por minerais (hidroxiapatita), sendo a parte mais mineralizada do corpo humano.
  2. Dentina: Sendo localizada e protegida logo abaixo do esmalte, é a principal responsável por dar uma coloração branco-amarelada aos dentes, composta por 70% de mineral, 12% de água e 18% de matriz orgânica (sendo 90% componentes colágenos).
  3. Polpa: É um plexo nervoso composto por um tecido conjuntivo frouxo altamente vascularizado que se estende da parte interna da coroa até o ápice anatômico (raiz do dente), é responsável pela vitalidade dos dentes.
    A Polpa é sensível a estímulos. Caso seja exposta pelo desgaste do esmalte ou por um dano na estrutura dentária, a dentina reage a estímulos externos, como beber uma água muito gelada ou comer um doce.

A polpa tem a função sensorial de quente e frio, dentro da polpa temos células (chamadas de odontoblastos) que nos acompanham no decorrer da vida e que trabalham no processo de produção de dentina (chamada de dentina terciária), tendo um importante papel na fase de desenvolvimento na produção da dentina (reforço da estrutura) para proteger a polpa ao decorrer da vida nos estímulos como a mastigação e temperatura.

Sensibilidade dentária pode causar cárie? Entenda a Diferença.

A sensibilidade nos dentes pode, sim, ter uma relação com a cárie, porém geralmente só acontece quando já comprometeu a dentina e está afetando a polpa dentária. “Quando uma cárie avança e atinge a dentina, sendo a camada abaixo do esmalte, pode expor os túbulos dentinários que, quando expostos, podem permitir que estímulos como alimentos quentes, frios, doces ou ácidos atinjam essas áreas expostas, causando sensibilidade”, completa o especialista.

A cárie se caracteriza por ser branca (opaca) em sua fase ativa ou escura em sua fase crônica, acompanhada por uma cavidade (fase já avançada) no dente, causando mau hálito (pelo acúmulo de alimentos) e incômodo durante a mastigação, pois comprime a área desprotegida.
Quando há somente sensibilidade nos dentes sem perda de estrutura dentária, a maioria das vezes acontece perto da região da gengiva, que pode ser pela ocorrência da retração gengival ou um desgaste na estrutura do esmalte devido ao trauma por escovação, ou mecânico.

Como tratar essa sensibilidade?

Agora que já sabemos quais as causas e como é a estrutura dos nossos dentes, o especialista Dr. Virgílio nos ajuda a entender como prevenir e tratar a sensibilidade nos dentes, para que problemas mais graves sejam evitados futuramente, o tratamento deve ser feito sempre com a orientação do profissional qualificado.

Dentre os tratamentos indicados pelo dentista temos; “O uso em casa de pastas para tratamento que contenham agentes dessensibilizantes, ou no consultório, com procedimentos mais avançados, como a aplicação de vernizes fluoretados para o auxílio na remineralização na área afetada e o uso de sistemas adesivos para vedar os túbulos dentinários expostos. Outra opção mais avançada é a terapia fotodinâmica (Laser vermelho de baixa intensidade), uma técnica não invasiva que estimula as células odontoblásticas a fazerem uma barreira dentinária, e com isso o processo biológico de formação de dentina fecha a área comprometida, sendo assim indicado nos casos de dentes hígidos sem alterações por cárie, ou pós-tratamento de restaurações para o auxílio e controle da dor. Essa terapia também proporciona um efeito analgésico local imediato, auxiliando no reparo natural dos dentes sensíveis”, conclui o endodontista.

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Instagram – @virgiliombastosbraga