Mais uma vez, uma greve abusiva e política dos sindicatos de trabalhadores do Metrô, da CPTM e da Sabesp deve deixar mais de 4,6 milhões de passageiros sem acesso ao transporte sobre trilhos e provocar perdas de mais de R$ 60 milhões ao comércio nesta terça-feira (28).
Lamentavelmente, assembleias que reuniram uma minoria da totalidade de metroviários e ferroviários decidiram impor novo caos a cerca de 22 milhões de moradores da Grande São Paulo, que devem ser afetados direta ou indiretamente pela greve.
É essencial reiterar que as lideranças sindicais convocam greves em total desacordo às normas constitucionais. Ao invés de reivindicar pautas salariais ou trabalhistas, o principal protesto é contra os estudos da atual administração para ampliar desestatizações, concessões e parcerias público-privadas.
Em ato explícito de chantagem, afirmam que se o Governo do Estado suspender estes processos, as greves cessarão. Importante destacar que tais processos, além de terem sido legitimados democraticamente pelas urnas, estão sendo amplamente discutidos no foro adequado.
Ao ignorarem a lei que rege o direito à greve, os sindicalistas tornam toda uma população refém de interesses políticos e corporativos. Em menos de dois meses, tal prática inescrupulosa já prejudicou milhões de pessoas tanto na greve do dia 3 de outubro como no feriado do dia 12 do último mês. E o mesmo acontecerá de novo nesta terça (28).
A greve do dia 3 de outubro gerou diversas perdas econômicas. Somente para o comércio na região metropolitana foram estimadas em até R$ 55 milhões pela Associação Comercial de São Paulo. Agora, a entidade aponta prejuízo ainda maior, superando os R$ 60 milhões. Já o Metrô e CPTM devem registrar, juntos, novas perdas de R$ 10,8 milhões na arrecadação de tarifas.
O prejuízo também é grande para alunos da rede pública: 1,6 milhão de alunos de escolas estaduais poderão perder aulas na capital e na Grande São Paulo. Outros 1,2 milhão de inscritos no Provão Paulista serão afetados pela alteração no cronograma do exame, que começaria a ser aplicado nesta terça. O adiamento atinge ainda 1,7 mil inscritos de outros estados e instituições públicas que vão arcar com novas despesas de viagens em razão da greve.
Também é preciso apontar que as assembleias que decidiram pela greve tiveram baixa adesão. No Metrô, que tem mais de 7 mil colaboradores, a greve recebeu 1.285 votos a favor e 1.116 contrários. Na assembleia da CPTM, a discrepância foi ainda maior. A greve foi aprovada por apenas 25 pessoas, num universo de 3 mil trabalhadores. Assim, menos de 1% do contingente da companhia decidiu impor prejuízos a todas as cidades atendidas pela CPTM. Na Sabesp não foi diferente: apenas 140 colaboradores votaram favoravelmente à greve na assembleia online, de um total de mais de 11,3 mil pessoas.
Por determinação da Justiça, 80% dos serviços do Metrô e 85% da CPTM deverão operar nos horários de pico, com 60% nos demais períodos nesta terça, sob pena de multas diárias de R$ 700 mil e R$ 600 mil aos respectivos sindicatos. Para a Sabesp, o contingente mínimo de trabalhadores nos serviços essenciais definido pela Justiça é de 80%, com multa de R$ 100 mil em caso de descumprimento.
O Governo de São Paulo espera que, desta vez, a justiça seja respeitada e o interesse e bem-estar da população seja colocado acima de pautas corporativistas de uma minoria.
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