Os números do último senso realizado pelo IBGE em 2022, mostram não só
a discrepância entre a renda per capita entre os municípios dotados de
aeroportos regionais,como também em seu IDH ( índice de
desenvolvimento econômico ), o que demonstra a importância do modal
aeroviário para o desenvolvimento econômico de uma cidade e da crescente
necessidade de interligar regiões de norte a sul do país, fomentado pelo
crescimento do mercado global, que cada vez mais prescinde de um meio
de transporte rápido,capaz de atender a um consumidor ávido por entregas
dinâmicas e urgentes.
Atentas a esse cenário,cidades como Maricá e Cabo Frio investiram em seus
aeroportos regionais para atraírem investimentos e com isso aumentarem
sua participação no pequeno e seleto grupo de cidades com alta capacidade
logística e industrial, por entenderem que sem um dinâmico e eficiente
modal logístico não conseguiriam escoar parte da produção industrial , como
também servirem de base logística de grandes operadoras de comércio
eletrônico, sem contar com a operação de voos domésticos.
Os exemplos citados acima nos permite entender melhor a questão da
necessidade da criação do Aeroporto de Nova Iguaçu, cuja pista é do
tamanho do Aeroporto Santos Dumont, totalmente asfaltada e sem a
demanda por expressivos investimentos, considerando a existência de uma
pista pronta e acabada, o que resultaria em poucas intervenções em sua
finalização.
Além disso, o Aeroporto de Nova Iguaçu, possui grande atrativo logístico,
por estar localizado às margens da Rod. Pres. Dutra ; Arco Metropolitano e
o Porto de Itaguaí, servindo de portanto de grande vetor de desenvolvimento
para a região da Baixada Fluminense, região com mais de 3,5 milhões de
habitantes, que demanda por investimentos em diversas áreas, cujo reflexo
se deu através dos números apresentados pelo IBGE, tendo Nova Iguaçu um
PIB per capita de apenas R$ 20.895,09
, enquanto de Cabo Frio ficou em R$ 40.530,43 e Maricá em
R$.216.519,52.
Sem contar que Nova Iguaçu apesar de contar com grandes indústrias e o
maior laboratório da América Latina CEPEL da Eletrobrás, poderia não só
suprir toda essa demanda industrial, como também suprir as demandas de
outros municípios vizinhos como Queimados ; Belford Roxo ; Mesquita ;
Nilópolis ; Japeri ; Seropédica e Itaguaí , os quais poderiam utilizar o
Aeroporto de Nova Iguaçu como mais um hub logístico e consequente meio
alternativo de escoamento de sua produção industrial.
Ao servir como hub logístico para os municípios da Baixada Fluminense, o
Aeroporto de Nova Iguaçu, acabaria não só fomentando o desenvolvimento
econômico e social da Baixada Fluminense, atraindo empresas e
investimentos, como também reduziria a desigualdade social existente entre
a região e a cidade do Rio de Janeiro. Isso por que, com o atrativo de
investimentos erigido com o Aeroporto de cargas,criariam-se empregos
diretos e indiretos os quais consequentemente demandariam por mais
serviços e aumento de vendas no comércio local, deflagrando numa maior
arrecadação tributária.
Numa verdadeira progressão geométrica, o desenvolvimento econômico da
Baixada Fluminense demandaria por mais produtos e serviços, o que
conduziria a um melhor desempenho no pib per capita de municípios como
Nova Iguaçu, o qual apesar de possuir condições reais de ter um Aeroporto
e alçar altos voos numa economia cada vez mais globalizada e digital, ainda
se vê presa ao anacronismo de politicas desconexas com o mundo real e cada
vez mais dinâmico, onde não há espaço para amadorismo. Com a palavra os
gestores públicos de Cabo Frio e de Maricá, que sabiamente conseguiram
entender o que de fato representa um Aeroporto para uma cidade em pleno
século XXI.
Sérgio Almeida
adm. de empresas e advogado
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