Como sua empresa pode evitar os erros contábeis mais comuns

Consultor Lucas Ribeiro, fundador da fintech ROIT, dá dicas para uma gestão contábil e financeira mais eficiente

Erros nos processos contábeis prejudicam o desempenho financeiro – e não é exagero dizer que podem levar empresas a fecharem as portas. O alerta é do advogado tributarista, fundador e CEO da fintech ROIT, que tem sede em Curitiba e atende negócios das mais diversas atividades econômicas, em todo o Brasil.

Segundo Lucas Ribeiro, pesquisas no mercado apontam que pelo menos seis em cada dez empresas recebem, com frequência, notas fiscais com algum tipo de erro tributário. Ele dá dicas para que a gestão contábil seja mais eficiente, e jogue a favor do crescimento do empreendimento.

Uma primeira providência é tratar a contabilidade como área estratégica para o desenvolvimento da empresa – e não apenas como um setor ou serviço encarregado de gerar guias de tributos. “A contabilidade deve estar focada em subsidiar o gestor e o empresário na tomada de decisões sobre planejamento tributário, financeiro, societário, sucessório, precificação, entre outras frentes”, exemplifica.

Além dessa mudança de cultura na forma como a contabilidade é encarada, Lucas Ribeiro enumera orientações mais pontuais, para se combater erros contábeis. Confira:

Escolha do regime tributário. No Brasil, as empresas podem optar pelos regimes Lucro Real, Lucro Presumido e Simples Nacional; e há ainda o MEI (Microempreendedor Individual), e o Lucro Arbitrado (geralmente determinado pela autoridade fiscal). Regularmente, empresas de menor porte escolhem o Simples Nacional e o Lucro Presumido, menos complexos que o Lucro Real. Entretanto, adverte Lucas Ribeiro – cuja fintech que dirige é especializada em atender organizações inseridas no regime Lucro Real –, é preciso estudar as especificidades da empresa e a conjuntura. “No regime Lucro Real, o tributo recolhido é aquele devido de maneira precisa. Muitas vezes, em busca de uma simplificação de procedimentos, ao optar pelos outros regimes, a empresa acaba pagando mais tributos do que deveria. Isso significa aumento de custos e, portanto, perda de competitividade”, alerta.
Erros nas entregas de obrigações acessórias ao Fisco (declarações periódicas). Tanto erros de informação como, sobretudo, descumprimento de prazos, geram gastos desnecessários, e muitas vezes comprometedores.
Definição incorreta de código de serviço para uma atividade ou para um produto. Este equívoco pode fazer com os tributos gerados sejam maiores ou menores do que o devido; a incorreção acarreta aumento de gastos e retrabalho.
Não observância das normas fiscais. O descumprimento de regras e prazos, além do risco com problemas jurídicos, resulta em aumento de tempo e gastos, quando da necessidade de se ajustar a tais normas.
Lançamentos contábeis em contas incorretas. A desatenção pode gerar desde situações desagradáveis a transtornos e aumento de gastos, quando do momento da correção.
Reconhecimento incorreto entre custos e despesas, prejudicando o diagnóstico preciso do desempenho financeiro da organização.
Lucas Ribeiro finaliza acrescentando a importância de se optar pelas soluções em tecnologia da informação para a execução dos processos contábeis. “Não se trata mais de uma tendência: já é uma realidade. Escritórios de contabilidade precisam lançar mão da automatização e da inteligência artificial, não só pela agilidade, mas pela precisão e segurança”, avalia.

A incorporação definitiva das tecnologias da informação permite com que a área de contabilidade se torne de fato estratégica, e não meramente operacional – indo ao encontro da mudança de cultura defendida pelo consultor. “A robotização e a inteligência artificial evitam erros contábeis; combinam milhões de hipóteses tributárias, impossíveis para o ser humano, que passa a contar com o trabalho da tecnologia como subsídio para suas decisões de gestão”, argumenta.

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