Os cuidados com o coronavírus

O coronavírus, oficialmente denominado Covid-19, entrou no Palácio do Planalto, pegou o secretário de imprensa e pode ter atingido o presidente da República e outras autoridades federais, além de suas famílias e auxiliares. Isso não chega a ser uma novidade porque existem em vários países pessoas do ciclo de poder político-administrativo acometidas pelo mal. Poderá, até, o presidente norteamericano, Donald Trump, vir a ser uma delas, principalmente porque os brasileiros se infectaram durante a visita de Bolsonaro aos Estados Unidos, quando ambos os presidentes se encontraram, estiveram reunidos e jantaram juntos. Em São Paulo temos a notícia da transmissão comunitária, isto é, entre as pessoas infectadas e não só daqueles que viajaram ao exterior, e a previsão de que chegaremos aos 460 mil infectados, o que equivale a 10% da população do Estado, de 46 milhões de habitantes.

                Na China, onde o mal surgiu em dezembro, informa-se que o pico da transmissão já passou e a tendência é a propagação terminar. Na Itália os mortos já passam de mil e existem 60 milhões de pessoas isoladas. França, Alemanha, Espanha, Portugal e outros países adotam medidas de emergência. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde, que classificou o mal como pandemia, o coronavirus já está presente em 115 países. Até a tarde de ontem – quinta-feira, 12/03 – o Brasil registrava 77 casos confirmados e monitorava 1422 situações suspeitas. Outros 1.163 caso já foram descartados. Felizmente, nõ tivemos mortes. 

                As informações do exterior deram ao Brasil condições de se prevenir. Brasília está praticamente parada, com as aulas suspensas e proibidas as reuniões que envolvam mais de 100 pessoas. 590 mil alunos estão sem aulas em todo o país e outras restrições foram adotadas para evitar a transmissão. Eventos artísticos e esportivos também são cancelados e as autoridades chamam a atenção para os cuidados básicos, especialmente a assepcia das mãos. De outro lado, toda a rede de saúde está preparada para receber a internação daqueles que adoecerem.

                Por conta do vírus, o mercado financeiros está em pânico e, para fazer frente à escassez de recursos decorrentes da inatividade, o INSS deverá antecipar a primeira parcela do 13º salário de aposentados e pensionistas e, ainda, diminuir os juros de empréstimos consignados. Até as manifestações de rua previstas para o domingo foram desaconselhadas. O presidente Jair Bolsonaro, que receberia o apoio popular nesses atos, pediu ao povo que não  saia às ruas, para evitar o contágio. Lideranças de movimentos que insistem em promover os atos deveriam pensar melhor e, pelo menos adiá-los para evitar a potencialização do coronavírus. Outro detalhe: seria interessante rever a motivação dos atos. Mesmo sendo favoráveis ao presidente da República, não precisam, necessariamente, ser contrários ao Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal, como dizem alguns. Os que queiram ajudar o país não devem potencializar o choque entre as instituições. Em vez disso, o melhor será prestigiar as instituições e colocar na berlinda só aqueles que as tentam utilizar de forma temerária ou desonrosa. Não ajuda em nada o enfraquecimento institucional, mas faz toda a diferença se as baterias se voltarem contra os errantes e estes pressionados a deixar as posições que utilizam para tratar de interesses próprios ou de grupos e não dos da Nação…

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) 

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