Ao mesmo tempo em que, nesta terça-feira (12), o Ministério da Saúde deverá definir com governadores a data de inicio e o calendário da vacinação contra a Covid-19, a área econômica do governo e o próprio presidente Jair Bolsonaro têm nas mãos as demandas para evitar que, com o fim do auxilio emergencial, 3,4 milhões de brasileiros regridam à condição de extrema pobreza. Também estão em pauta, no governo e no Congresso, projetos que prorrogam o auxilio em três ou seis meses ou ainda enquanto durar a calamidade pública, hoje prorrogada até junho. Outras pautas se referem a um 14º salário emergencial para aposentados e servidores públicos que tiveram o 13º antecipado no ano passado. O ministro Paulo Guedes já prevê, na continuidade da pandemia, a antecipação – talvez para fevereiro e março – do 13º de 2021 que, pelo calendário normal, será pago no segundo semestre.
A tese defendida pela equipe econômica, quando da antecipação do 13º de 2020 foi de que, além de prover uma folga aos beneficiários, injetaria os recursos na Economia, num período em que muitas atividades estavam paralisadas em razão das quarentenas e outras restrições impostas em diferentes regiões do país pelos governadores empoderados para tanto através do Supremo Tribunal Federal. A antecipação ocorreu e os beneficiários iniciaram o movimento por um 14º salário emergencial, mediante a tese de que muitos, principalmente os aposentados, tiveram de socorrer filhos e netos que perderam emprego e renda, sobrando sem o tradicional abono de fim de ano. Também se argumenta que esse salário suplementar serviria igualmente para alavancar a Economia, como na antecipação executada no primeiro semestre e que poderá se repetir se o 13º de 2021 vier a ser antecipado.
É certo que vivemos o descompasso provocado pela pandemia e pela falta de entendimento entre as diferentes esferas de governo. O mal epidêmico continua presente e exige medidas concretas tanto do poder público quanto da população. Mais uma vez torcemos para que, independente de suas diferenças e apetites políticos e eleitorais, o presidente, ministros, governadores, prefeitos e outros operadores públicos não politizem a pandemia. Isso só aumenta o problema e faz o povo sofrer. Quanto à população, que continue cuidando de si – usando máscara, lavando as mãos com álcool gel e sabão, mantendo distanciamento e não se aglomerando – até que a vacina faça efeito e indique a possibilidade de flexibilizar hábitos.
É fundamental que todos estejam conscientes de que o problema está aí, tão grave quanto antes. Hoje com a diferença de se conhecer um pouco sobre o comportamento do vírus e a existência das vacinas. É um momento especial, onde não se deve simplesmente repetir os procedimentos já adotados nos meses passados e nem negligenciar em cuidados. Cada indivíduo tem sua parcela de responsabilidade e quem não a cumprir, poderá prejudicar a si próprio e sua comunidade.
Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)
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