2021, nós e a pandemia

Viramos o ano com mais preocupações do que há 365 dias. Quando pulamos de 2019 para 2020, sabíamos, no máximo, da existência de um surto de febre na China, mas não se imaginava que era o início de uma pandemia que varreria o mundo e só no Brasil mataria quase 200 mil pessoas durante o ano que se iniciava. Só ficamos sabendo da gravidade em fevereiro, quando apareceram os primeiros contaminados e o governo teve de montar uma força-tarefa para repatriar brasileiros que viviam em Wuhan, a cidade chinesa onde o mal eclodiu. Hoje é diferente. Estamos severamente ameaçados pelo segundo estirão da pandemia. As infecções e mortes, que haviam regridido, voltaram a aumentar e já ultrapassamos outra vez a marca dos mil mortos por dia. É fator de muita preocupação, apesar de muitos do povo agirem irresponsavelmente em festas, reuniões e principalmente sem o uso de máscaras e distanciamento.

            Espera-se que os governos se entendam sobre a vacinação e apressem essa providência. Que presidente e governadores não voltem a divergir e que, em vez de medidas de isolamento e outras práticas que se revelaram ineficientes durante 2020 não sejam repetidas. As experiências ocorridas ao redor do mundo e também aqui no Brasil devem ser observadas para evitar novas impropriedades e comportamentos que só fazem perder o precioso tempo que deve ser empregado no combate o mal.

            Tradicional no uso e produção de vacinas – desde Oswaldo Cruz, com a febre amarela, no início do século passado – o Brasil tem excelentes parcerias com laboratórios que desenvolveram o imunizante. Vimos, nos últimos dias, a Anvisa (Agência Nacinal de Vigilância Sanitária) adiantando medidas para a aprovação das vacinas. Isso nos enche de esperança quanto ao começo breve da campanha que nos devolverá a saúde perdida. É preciso com toda pressa proteger os trabalhadores da Saúde, principalmente os que lidam com pacientes da Covid-19, e a população de risco, composta pelos profissionais estratégicos e por  idosos e portadores de moléstias graves e crônicas que podem ser desencadeadas ou pioradas com os efeitos colaterais do coronavírus.

            As autoridades sanitárias devem ser atentas a tudo o que puder ajudar. Não se ater exclusivamente a protocolos que utilizam medicamentos de alto custo. Se puderem adotar o tratamento preventivo com substâncias tradicionais – ivomectina, hidrocloroquina e outras – que o façam em vez de ficar esperando o paciente piorar para o entubar e depois correr atrás do milagre de custo elevado. Os governantes devem se abster de quarentenas e outras restrições que penalizam a todos e debilitam a economia. O melhor será segregar e de alguma forma proteger a população de risco. Estamos no meio de uma tormenta e não é hora de experimentação, quando temos alternativas, mesmo que não sacramentadas cientificamente. Observamos a polêmica criada em São Paulo onde o governador João Dória determina alguns dias de fase vermelha para conter o processo de infecção e prefeitos divergem e deixam de seguir a orientação. Esperamos que cheguem a um denominador comum e façam o que for melhor para a população. E que o próprio povo também evite excessos e exposições que possam levar a contrair a Covid-19.  

            Oxalá 2021 seja um ano de entendimento onde toda incompreensão e comportamentos de risco fiquem como maus exemplos do passado. Temos de fazer o possível para diminuir as infecções e mortes e, no menor tempo, vencer a pandemia.

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) 

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