Renata Sene (REPUBLICANOS), prefeita reeleita no último dia 15, em Francisco Morato, na RMSP – Região Metropolitana de São Paulo, alcançou o maior índice de votos válidos entre as mais de 60 mulheres eleitas no estado: 86,99%, com 72.351 votos. Entre todos os prefeitos eleitos no estado, desconsiderados os municípios onde só houve um candidato, Renata alcançou a quarta maior porcentagem.
Eleita em 2016 com 29,78% dos votos válidos, disputando a eleição contra seis candidatos, todos do sexo masculino, entre eles o prefeito que concorria à reeleição, dessa vez, deixou para trás outros cinco homens que tentavam galgar o executivo municipal. Formada em Gestão e Administração Pública e Serviço Social, Renata Sene foi servidora municipal, na Secretaria de Assistência Social de Francisco Morato. Nunca havia ocupado cargos eletivos antes de chegar ao cargo de prefeita.
O município é o mais carente da região considerados diversos índices de avalição, em especial, o per capita de repasse de ICMS do governo do estado aos municípios paulistas. Esse é o índice utilizado por São Paulo para compor o Fundo Metropolitano de Financiamento e Investimento – FUMEFI, que atende as cidades com maior carência e menor dinamismo econômico da RMSP.
Para se ter uma ideia, em 2019, foram repassados a Francisco Morato R$ 25.975.744,07, o que gera um índice per capita de geração de ICMS, considerada a população oficial do último censo, de R$ 168,16. Em Barueri, com R$ 609.434.485,59 em repasses, esse índice é de R$ 2.531,41. Em Itapevi, cidade do prefeito campeão de votos em São Paulo, Igor Soares (98% dos votos válidos), o per capita é de R$ 1.252,33. É um retrato claro da desigualdade regional.
Francisco Morato, até por conta das dificuldades orçamentárias que enfrenta, nunca elegeu um prefeito por duas vezes seguidas. É difícil alcançar grande aprovação com recursos tão parcos. A gestão Renata Sene conseguiu reverter essa tendência. Segundo pesquisas internas, a aprovação popular da prefeita chega perto dos 70% de menções positivas. O que se refletiu nas urnas.
A prefeita formou uma coligação de apoio à sua candidatura com nove partidos, agregando legendas de todas as tendências ideológicas e adversárias históricas na política nacional e estadual, passando pelo PT, PSDB, chegando ao bolsonarista PSL. Isso deixa claro que as questões locais, na cabeça do eleitor, passam ao largo de disputas políticas e ideológicas. Em gestões anteriores, o município chegou a perder direito a repasses de outras esferas de poder por mera desorganização na apresentação da documentação e por pendências cadastrais junto aos órgãos oficiais.
Com ênfase numa gestão mais organizada, profissional, eficaz e efetiva, a prefeita pode reverter esses entraves e dar vazão à retomada dos investimentos em infraestrutura e ao término de obras paradas por falta de recursos, dando maior dinamismo nas relações com os governos Federal e Estadual. Um piscinão, o novo centro administrativo e, em parceria com o governo do estado, a reforma dos movimentados terminais rodoviários e da CPTM, foram determinantes para que a população enxergasse as mudanças.
Texto: Ernesto Vivona
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