A notícia de que eu recebi o Auxílio Emergencial me fez ver outra bandeira de luta para essa minha campanha. A luta contra o preconceito político de que pobre não pode ser candidato a prefeito.
Eu sou músico, locutor e desde o carnaval não consegui nenhum trabalho em função da pandemia. Não tenho rendas e me encaixo dentro dos critérios socioeconômicos para receber o Benefício Emergencial. Não tenho nenhum problema legal ou moral para o que fiz; usar um direito concedido às famílias de baixa renda. Deixo para os que, moralmente e legalmente não podiam receber e se beneficiaram se explicarem.
Meu problema agora é outro. Mostrar que no meu caso, o que mais chamou a atenção é o fato de um pobre, afrodescendente e filho de nordestino ter a coragem de ser candidato a prefeito em uma cidade com o porte de Poá. Por isso, volto a perguntar; onde está a igualdade? Se de fato todos somos iguais, onde está a surpresa?
O que está em questão é mais um tipo de preconceito que vem desde o tempo dos coronéis, o de que a igualdade serve apenas de discurso para legitimar uma sociedade que se organizou para esconder e manter suas desigualdades e que usa a política para manter os poderosos no comando. Para os pobres, a igualdade ficou apenas para o direito/obrigação de ir às urnas votar.
Agora tenho mais um motivo para ir às ruas e pedir seu voto. Lutar para acabar com esse preconceito camuflado onde pobre que precisa de ajuda do Auxílio Emergencial não pode ser prefeito. A vida é uma grande escola e você eleitor poaense, pode ajudar a vencer esse preconceito e usar seu voto para ter na prefeitura um político que é pobre e vai saber usar a riqueza da nossa cidade para ajudar quem mais precisa. Chegou a hora de fazer a igualdade de verdade. Naco, 23. O seu prefeito.
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