Embora proposta pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e aprovada pelo Ministério da Saúde, a volta da torcida, mesmo limitada a 30% da capacidade dos estádios, é um risco evitável. Conflita com o aconselhamento de se impedir as concentrações de pessoas nesta fase em que o coronavírus ainda circula e infecta em larga escala, mesmo que com o viés de baixa que observamos e devemos fazer tudo para continuar. O mais indicado é aguardar a vacinação que, pelo anúncio das autoridades governamentais e sanitárias, deve começar já em outubro com os 5 milhões de doses da Coronavac a serem liberados pelo Instituto Butantã.
Se for exigida, como protocolo, a comprovação da vacina como requisito para o ingresso às praças esportivas, evitaremos a temida ocorrência da reinfestação, que colocaria a perder todo o controle já executado e fatalmente voltaria a elevar o número de infectados e mortos. Poderia, inclusive, colocar em risco a saúde dos jogadores, patrimônio maior e razão de existir de todo clube. Bastam os casos de Covid 19 já ocorridos nos plantéis. Como a vacinação será gradativa, com esse cuidado, se impedirá a chegada abrupta da multidão de torcedores às arquibancadas e proximidades dos estádios. Fica a sugestão à CBF, aos clubes e às autoridades, para avaliar na reunião prevista para esta quinta-feira (24).
Os campeonatos estiveram parados desde a chegada da pandemia. Nesse período criaram-se esquemas que permitiram a realização de jogos sem a presença da torcida, com a transmissão pelo rádio, TV e redes sociais. Mesmo sem o calor da galera presente, os clubes já podem produzir e suferir parte da renda da atividade através de patrocínios e taxas de transmissão. Dessa forma, têm como sobreviver durante mais alguns meses, até a volta dos torcedores devidamente vacinados.
Não se pode desprezar as oscilações para cima de casos positivos da Covid 19 depois de aglomerações ocorridas em países e regiões onde o mal caminha para a solução. Inclusive nos, brasileiros, vivenciamos hoje, com o aumento de casos, o resultado das festas, praias e movimentações do feriado de 7 de setembro. Cautela nunca será demais…
Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).
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