Walmir Pinto une a interpretação de poesia ao vídeo em novo projeto cultural durante o isolamento social

“Ta faltando poesia!” é um resgate do artista há um trabalho antigo que começou como coluna semanal em um jornal local  e agora vira peça audiovisual 

A inquietude do ator e diretor, Walmir Pinto, 59, não é novidade para quem já o acompanha a algum tempo dentro do cenário cultural. Nos últimos anos, o artista- que ainda acumula o cargo de vice-prefeito de Suzano- para além de sua relação histórica com a dramaturgia, seja no teatro ou na televisão, tem também explorado outras linguagens culturais. 

No ano passado, lançou dois projetos musicais: Que tempos difíceis são esses que falar de amor é quase um crime (2019) e Samba para o bambas (2019). Em ambos os trabalhos há algo em comum: a parceria que dura anos com o compositor maranhense, Zé de RIba, que assina boa parte das letras junto com Walmir. Já o arranjo do primeiro ficou por conta do pianista Ricardo de Deus (RIcardo de Deus Trio) e do segundo, por Beto Bianchi (Revista do Samba). 

Com crise sanitária causada pelo vírus Covid-19, Walmir, assim como tantos artistas, tem trabalhado em novas produções. No mês passado, junto com Beto Bianchi lançou o clip da música composta por eles,  “Quando tudo passar”, que tem a direção de arte assinada por Marcia David. A produção audiovisual da canção foi toda feita em casa e traz o ar minimalista e ao mesmo tempo esperançoso, que a letra da música transmite. 

E partir desta semana que vem, por meio das plataformas digitais, Walmir lança o seu mais novo projeto. “Tá faltando poesia’ é uma coletânea de interpretações feitas por ele durante os meses da quarentena e dentro de casa. Nesse novo trabalho, Walmir une sua história com o teatro, a experiência acumulada no audiovisual – mais de 8 novelas e 4 filmes- e o gosto inerente por poesia. 

“Há alguns anos atrás criei uma coluna em jornais da região chamada ‘Tá faltando poesia‘. Era uma coluna semanal no qual pegava poemas consagrados fazia uma inserção e dava um sentido novo de acordo com a situação do momento. Agora em tempos de isolamento a ideia ganha um novo sentido, e os poemas são interpretados em vídeo, gravados no próprio celular como uma forma de divulgar a poesia e grandes nomes da literatura”, comenta Walmir. 

E quando o diretor e ator se refere a grandes nomes da literatura não trata-se de um mero silogismo. Em doze capítulos já gravados, Walmir interpreta poesias de Fernando Pessoa; Carlos Drummond; Manuel Bandeira; Manoel de Barros, entre tantos outros.

Walmir revela que esse novo trabalho é também uma forma de diversão e distração para o momento de isolação social. E por isso, a forma caseira feita nos vídeos casa muito bem com a proposta de “Ta faltando poesia”. “De uma forma natural, sem direção e sem recursos técnicos, trata-se de um exercício de ator e com uma mensagem em tempos difíceis. Quero estimular jovens atores e amantes da literatura a também interpretarem poemas, sejam de grandes autores ou até mesmo próprio”.  

E ainda lança um desafio. “Gostaria de ver mais artistas fazendo isso e se juntando a mim e ao canal. A ideia é apresentar um por semana para que as pessoas tenham tempo de se apropriar e até debater a arte,  a literatura em tempos de confinamento, por isso, quem quiser, pode me chamar nas redes para conversar, mandar seu vídeo para ser publicado. Vamos trazer mais poesia para esta fase de isolamento social”. 

Os vídeos serão exibidos no Facebook, Instagran e no YouTube do canal Ateliê de Cultura. https://www.youtube.com/c/AteliedeCultura/playlists

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